Porto Alegre viveu ontem um dia de caos por conta da paralisação do policiais. Foram diversas ocorrências, todas envolvendo atos criminosos, e parte destas foram justamente com a intenção de causar medo aos cidadãos da capital gaúcha.
Não faltaram rumores de toque de recolher, supostas gravações de áudio, onde traficantes deixavam claro seu intento ao anunciar que em determinado horários, em regiões específicas da cidade, algo poderia acontecer de ruim e que quem estivesse na rua, sofreria com as consequências deste ato.
Da parte real nesta história, só ouve medo por parte de comerciantes que encerraram suas atividades mais cedo que o habitual, por medo de que este blefe pudesse realmente ser algo verídico e para completar o cenário de terror, algumas ações criminosas fizeram valer este medo.
Ônibus assaltados, arrastões e bloqueios em avenidas da cidade não faltaram. Pessoas anunciavam através dos meios possíveis, sobre o risco de transitar por estes locais, que logo foi comprovado por depoimentos de vítimas destas ações realizadas por membros dessas gangues ou quem sabe até mesmo por alguns vândalos oportunistas querendo se passar por quadrilheiros.
Porto Alegre está realmente entregue à criminalidade e o que se vê é uma força policial tentando combater estes criminosos com apenas força de vontade e amor à farda, pois não consigo imaginar alguém disposto a perder a vida, mesmo tendo seu salário atrasado, parcelado e ainda tendo que lidar com as críticas de uma sociedade incapaz de compreender que criminalidade não se combate com flores ou poemas, mas sim com força bruta e leis eficazes.
Entretanto o que se vê em Porto Alegre (e no restante do país) são criminosos satisfeitos por terem a seu favor uma legislação que os trata como vítimas da sociedade e engessando qualquer possibilidade de que a lei seja de fato cumprida como deveria.
Porto Alegre merece mais do que apenas o título de cidade histórica e de boa convivência social, a capital dos gaúchos merece ser respeitada e lembrada por sua história e riqueza cultural, não por ser a uma das mais violentas da América do Sul. Do contrário, corremos o risco de sermos meros coadjuvantes de uma cidade que um dia foi símbolo de cultura, alegria e lazer.
Marco Ribeiro